Não sei porquê, mas penso imagina-lo, o aniversário dos meus 60 anos de sacerdócio que celebraremos solenemente no próximo domingo, dia 24, às 17h30, na Catedral de Ozieri, juntamente com o inseparável padre Gavino Leone, sempre juntos desde da segunda série, me está emocionando cada vez mais, pensando à uma ação de graças vivido junto à minha Igreja diocesana que está em Ozieri, ao meu Bispo e ao meu presbitério, depois das festas - e que festas - com vocês no Brasil no julho passado.
O silêncio e a possibilidade de recolhimento que Deus me deu há 5 anos atrás ao vir morar aqui em Osidda, para poder descansar e agradecer depois de anos e anos de atividade, tornaram-se uma possibilidade que eu nunca teria esperado, para poder cultivar o relacionamento com Deus, mais profundamente.
Também porque, neste ponto quase invisível do mapa geográfico que é Osidda, Deus já tinha pensado em construir para mim uma família grande, muito numerosa, da qual nem conheço os limites, que é a “paróquia do passapalavra”, aquela que o bispo, brincando, chamou de "Paróquia do ambão mídiatico".
É claro que esta semana para mim é de muita oração e ação de graças, com dias marcados por um relacionamento mais profundo com Deus.
E estou percebendo cada dia mais o poder da oração da minha mãe no rosário diário durante os tempos em que o pai tinha sido chamado de volta para a guerra, com aquelas três últimas Ave-Marias de acordo com as suas intenções, que só depois de muitos anos ela revelou que eram para pedir a graça de ter vocações sacerdotais e religiosas na família.
E, como esta oração floresceu: 1 sacerdote, 2 freiras, uma leiga consagrada e três irmãos casados.
Verdadeiramente, vocações para todos os gostos!
E agora aqui estou eu, o sacerdote, cada dia mais convencido de que nasci para o sacerdócio a partir deste vínculo de fé e de relação com Deus cultivado por uma família inteira ao longo dos anos.
Verdadeiramente o encontro com Deus, cultivado lentamente nos anos de formação e aprofundado com aquela chacoalhada do 1971 no encontro com Chiara Lubich, foi o melhor e mais gratificante “negócio” da minha vida.
Foi como uma lenta mudança na cor e no frescor da minha juventude, no sabor de cada experiência, mesmo dolorosa, que me levaram à escrever como palavras-lembrança do santinho da ordenação sacerdotal: “Choro de alegria, Senhor, porque me amaste", tentando completá-las com as palavras mais evangélicas do santinho dos 60 anos:
"Nino, tu me amas?".
"Senhor, tu sabes que eu te amo."
Um relacionamento com Deus cultivado apesar das muitas fragilidades que nunca porém apagaram o entusiasmo, os sonhos, as cançõe, os poemas e o acreditar profundamente em horizontes e primaveras sempre novas.
Especialmente nestes dias sinto vontade de cultivar este relacionnento íntimo com Deus na ....“liturgia contínua dos rostos”, porque estou descubrindo cada vez mais que a coisa mais bonita do mundo para ser celebrada e transformada no Corpo e Sangue de Cristo, são sempre as pessoas.
Li em algum lugar que para nós sacerdotes, em vez do "voto de castidade", deveríam ter inventado... o “voto da vastidão e da imensidão”, para ter sempre um coração que não se cansa de acolher, de consolar, de perdoar e de amar.
Por isso, o que estou pedindo hoje e nesta semana especial é a graça de não parar no "obrigado" e "nos "obrigados" por tudo o que Deus inventou na minha vida, mas de rezar constantemente pedindo-lhe com um coração sincero:
"Meu Deus, não sei o que você ainda vai inventar para mim no futuro, mas sei que com certeza mais uma vez irei atrás de você."
E estou convencido de que, junto à todos vocês, está se tornará uma oração coral, de povo.
Obrigado!
Pe. Nino Carta
19.09.2023